Namorados faturam R$ 55 mil por mês com comida Vegana
Só que fizeram mais do que simplesmente adotar a nova filosofia de vida: eles a transformaram na Paixão Vegan, um negócio no setor de alimentação que completou três anos e já registra um faturamento mensal de R$ 55 mil.
Como a maioria dos namorados que planeja oficializar a união, os dois tinham o sonho de comprar um imóvel próprio e fazer uma festa de casamento, mas o dinheiro que tinham não era suficiente para a concretização desses objetivos.
Em 2015, a maneira que encontraram para conseguir uma renda extra foi produzir comida vegana em casa para vender para os amigos e colegas de faculdade.
Aline, estudante de História na época, e Ferreira, aluno de Física, tinham aderido havia pouco tempo ao veganismo e, desde então, ela pesquisava receitas e se aventurava na cozinha para produzir as próprias refeições e provar que comida vegana não é só salada.
As primeiras empadas e pastéis de Aline agradaram os colegas de universidade e logo ela teve a ideia de levar esses salgados para a Feira do Rio Antigo, que acontece uma vez por mês na Rua do Lavradio, no centro do Rio, e mistura artesanato, antiguidade, gastronomia e música.
A receptividade foi muito boa, especialmente entre os feirantes. “Quando não aparecíamos, na feira seguinte eles reclamavam”, conta Aline.
No fim de 2015, o casal já tinha conseguido fazer um pouco de caixa. Nessa época, souberam da realização do Veggo, o primeiro festival vegano da região metropolitana do Rio, que aconteceu na Praia de São Francisco, em Niterói.
Sem estrutura nenhuma, os dois produziram como loucos e foram para lá.
Na bagagem, além dos salgados que já vendiam, estavam as coxinhas de jaca, uma receita que já vinham testando e que se transformaria no carro-chefe da Paixão Vegan, empresa que eles formalizariam logo depois.
Formou fila diante da barraca do casal e toda a comida se esgotou em duas horas. “No Veggo, nos demos conta de que havia ali uma oportunidade”, diz ela.
Essa feira abriu portas para que a empresa começasse a trabalhar com encomendas para aniversários, casamentos e outras festas e eventos.
No cardápio à disposição dos clientes, além da coxinha de jaca, estavam kibe com tofupiry, risole de chuchumarão, enroladinho de salsicha vegetal, risole de palmito, bolinho de feijoada, bolinho de aipim, empada integral de palmito, pastel de forno de cogumelo e bolinha de queijo vegano.
A produção aumentou tanto que trabalhar em casa já não era mais possível.
O casal então reformou rapidamente a cozinha do hortifrúti que o pai de Aline tinha em Vicente de Carvalho, na zona norte da cidade.
Na mesma época, começaram a trabalhar com revenda. Duas lojas conheceram os produtos da Paixão Vegan em feiras e se interessaram em inclui-los em seus cardápios. Como a produção cresceu, a empresa também precisou contratar seus dois primeiros funcionários.
No final de 2016, a Paixão Vegan deu mais um salto. Foi quando o casal decidiu entrar em contato com a Hareburguer, uma rede de hamburguerias veganas com sede no Rio. A resposta veio rápida e foi positiva e, em alguns meses, os produtos da Paixão Vegan começaram a ser oferecidos nas lojas Hareburguer no Rio e em São Paulo.
Com essa demanda, a cozinha da Paixão Vegan ficou pequena mais uma vez. Foi nessa época que Aline e seu namorado e sócio tomaram a decisão de adiar o casamento e investir o dinheiro que tinham obtido até então na expansão da empresa.
Alugaram um espaço de 50 metros quadrados no mesmo bairro e equiparam a empresa com máquina modeladora, masseira e câmera frigorífica.
O número de funcionários também cresceu. Atualmente, são seis pessoas, além dos dois fundadores. No rastro da parceria com a Hareburguer vieram acordos com a Mundo Verde, a Veganza, a Veg+ e a Grão de Terra.
Com os pedidos crescendo e a produção a mil, foi preciso correr atrás de conhecimento de gestão e aperfeiçoamento profissional.
Sem formação nem experiência na área, Aline e Ferreira fizeram alguns cursos no Sebrae e contrataram uma consultoria.
“A Paixão Vegan tinha uma produção artesanal e nós auxiliamos no trabalho de profissionalização da empresa. Profissionalizar é muito mais do que comprar máquinas. Há uma legislação a atender e é preciso olhar para o mercado de maneira estratégica”, diz Fábio Stumpf, diretor técnico na Solace Institute.
Segundo Aline, com a consultoria os sócios aprenderam a identificar melhor as oportunidades, negociar de forma mais eficiente, além de trabalhar aspectos da produção e da gestão. “Tivemos um aumento de 100% em nosso número de clientes”, afirma.
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